Jumper


Hoje é dia de mudanças...
salto sem medo...
esperava este futuro...
em que encontro perspectivas...
encontro soluções...
uma porta abriu-se ...
vou...

Agora Sim

A Guerra bateu-me à porta e agora sim vou dar a volta a isto agora sim com pernas para andar, agora sim eu sinto o optimismo!!!!



Sem Rumo















Um dia desapareço,
digo apenas o adeus à distância,
a ânsia em que vivo,
não me faz bem....

Não faz bem aos outros,
os que me ajudam,
acreditam em mim,
por vezes desfaleço

Hoje é apenas um desses dias

Ricardo Azevedo
Pobres deles coitados

morreram novos com tanto ainda por fazer

ainda verdes, pensavam percorrer o mundo inteiro

mas o mundo não estava preparado para eles...


Sempre estiveram por lá, adormecidos

contavam coisas bonitas, apesar de não vividas

pensavam tudo saber, mas muito desconheciam

ninguém tudo sabe...


Eram poeira eram ar, inconsistentes

mas sentiam com uma força inabalável

nada os quebrava nada os fazia temer

erro deles, já que agora vivem com a triste agonia do sofrer


O sofrimento tornou-os mais fortes

ainda andam por cá, às vezes sem rumo sem norte

ainda sabem o que querem

desejam tudo e nada, encontrar o rumo e fugir da morte.


Ricardo Azevedo

Não, não é cansaço...










Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar,
E um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Não. Cansaço por quê?
É uma sensação abstrata
Da vida concreta —
Qualquer coisa como um grito
Por dar,
Qualquer coisa como uma angústia
Por sofrer,
Ou por sofrer completamente,
Ou por sofrer como...
Sim, ou por sofrer como...
Isso mesmo, como...

Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.

(Ai, cegos que cantam na rua,
Que formidável realejo
Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!)

Porque oiço, vejo.
Confesso: é cansaço!...


Álvaro de Campos