Pobres deles coitados

morreram novos com tanto ainda por fazer

ainda verdes, pensavam percorrer o mundo inteiro

mas o mundo não estava preparado para eles...


Sempre estiveram por lá, adormecidos

contavam coisas bonitas, apesar de não vividas

pensavam tudo saber, mas muito desconheciam

ninguém tudo sabe...


Eram poeira eram ar, inconsistentes

mas sentiam com uma força inabalável

nada os quebrava nada os fazia temer

erro deles, já que agora vivem com a triste agonia do sofrer


O sofrimento tornou-os mais fortes

ainda andam por cá, às vezes sem rumo sem norte

ainda sabem o que querem

desejam tudo e nada, encontrar o rumo e fugir da morte.


Ricardo Azevedo

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